sábado, 29 de setembro de 2007

Maria Quitéria


Não quero traçar a biografia de Maria Quitéria de Jesus, heroína baiana, nascida no sítio Licurizeiro, no dia 27 de julho de 1792, na cidade de São josé das Itaporocas, Feira de Santana - Bahia, quero destacar sua bravura como heroína, que participou da luta pela Independência da Bahia, em uma época que as mulheres não podiam fazer parte do exército. Mas, Maria Quitéria, desde criança, mostrou-se altiva, aprendendo a montar, caçar e usar armas de fogo. Em 1822, havia instaurado-se um Conselho para o movimento pró-independência da Bahia, que visava adesões voluntárias para suas tropas e Maria Quitéria apresenta uma grande vontade de ajudar sua terra e mostrou interesse em alistar-se, mas é advertida pelo pai que mulheres não vão a guerra. Ela então fugiu, ajudada por sua irmã Teresa e seu cunhado, que era militar, cortou os cabelos, vestiu a farda e ingressou no exército usando o sobrenome do cunhado, Medeiros.
Ingressou no Regimento de Artilharia onde permaneceu até ser descoberta, semanas depois. Foi então transferida para o Batalhão dos Periquitos e à sua farda foi acrescentado um saiote. Maria Quitéria lutou pela Independência da Bahia, na Pituba, em fevereiro de 1823, atacou uma trincheira inimiga e fez vários prisioneiros. Em Abril do mesmo ano, na barra do Paraguaçu, ao lado de outras mulheres e com água na altura dos seios, avançou contra uma barca portuguesa impedindo o desembarque dos adversários. Assim, Maria Quitéria ajudou na luta pela Independência da Bahia, recebendo homenagem da população e no dia 20 de Agosto foi recebida, no Rio de Janeiro, pelo imperador D. Pedro, que lhe ofereceu a Condecoração de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro e um soldo de alferes de linha. Maria Quitéria aproveitou a ocasião para pedir a Dom Pedro uma carta solicitando ao pai que a perdoasse. Faleceu no dia 21 de Julho de 1853. Sua imagem está presente em todos os quartéis da Bahia e em decreto oficial de 28 de Julho de 1996, foi reconhecida como Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, um dos poucos que acolhem oficiais do sexo feminino. Aqui, posso reverenciar esta mulher, que fez história e fez a diferença.

Fonte: Heroínas Baianas, de Bernardino José de Souza

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