domingo, 28 de dezembro de 2008

Postais do passado


Livro que reúne imagens raras das Américas é convite para viagem no tempo e no espaço
por José Chrispiniano

Rua da cidade litorânea de Santa Marta, a mais antiga da Colômbia
A editora Solaris vem publicando livros que recuperam acervos de imagens, em geral de coleções particulares, fora do alcance do público e de pesquisadores. Do Brasil para as Américas, de João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo, é mais um livro dessa coleção.

A obra apresenta cartões-postais e fotos dos séculos XIX e do início do século XX, um conjunto precioso e curioso de retratos e representações gráficas do continente, da Terra do Fogo, na Argentina, aos territórios dos esquimós, no Canadá e na Groenlândia.

Como em uma viagem no tempo e no espaço, cada página reserva surpresas. Aparecem nas fotografias povos indígenas, maravilhas naturais, cenas do cotidiano, as grandes cidades e pontos turísticos, como o Elevador Lacerda, em Salvador.

Os postais, claro, não são retratos jornalísticos. Justamente pela intenção de mostrar os orgulhos e aspectos típicos de cada região, revelam muito da imagem que cada parte da América fazia de si mesma.

A herança indígena do Peru contrasta, assim, com o dinamismo de Nova York ou o aspecto europeu de Montreal, no Canadá. Mas os cartões também registram acontecimentos trágicos, como o terremoto de 1906, em São Francisco.

Aliados às imagens, há textos com data e contexto histórico de cada postal. E ainda informações extras, como o curioso relato do ministro das Relações Exteriores do Brasil em 1913, Lauro Müller, em entrevista ao The New York Times, completamente deslumbrado com a modernidade dos arranha-céus de Manhattan.

Os postais do livro mandam lembranças de outros tempos e costumes – como o de ir à praia com o corpo quase todo coberto. Vistas de fora, as Américas de então eram o horizonte de um mundo novo, que acolhia milhões de imigrantes. Tão novo que os postais mostram o começo de sua construção, com ferrovias, portos e estradas sendo abertas.

Fonte: História Viva

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